domingo, 13 de setembro de 2009

Encontro na praia(I)

Um dia, depois de terminar o seu turno no hospital, Patrícia descobriu aquela praia. O Verão estava, ainda, no ínicio e a praia parecera-lhe sossegada já que havia pouca gente e as pessoas estavam relativamente afastadas umas das outras. A enfermeira andou um pouco e escolheu o sítio ideal para estender a sua toalha e descontrair de um longo dia de trabalho. Finalmente podia descansar e aproveitar para ler um pouco. Ao fim de algum tempo apeteceu-lhe dar uma caminhada à beira-mar. Aquela tarde de Verão estava, realmente, muito agradável e ela adorava a sensação de frescura das ondas a baterem-lhe nas pernas.
Só nessa altura é que percebeu que aquela praia, que lhe parecera tão pacata, era uma praia diferente. Quando viu a primeira pessoa sem roupa, achou que estava a ver mal. Mais à frente encontrou outra e começou a pensar que era uma estranha coincidência. No entanto, um olhar mais atento ao que a rodeava revelou-lhe o que ela começava a temer, estava numa praia naturista. Olhou para si mesma, com o seu espectacular bikini azul bordado com missangas.
- Realmente, nada mais ridículo do que uma pessoa vestida no meio de uma pequena multidão de nudistas. - pensou Patrícia.
Um pouco preocupada por estar ali sozinha, voltou para trás. Deitou-se mais um pouco na toalha com os olhos pregados no livro tentando não olhar para mais ninguém. Sair a correr dali era o que lhe apetecia já que se sentia extremamente desconfortável mas conteve-se.
O dia aproximava-se do fim e começou a levantar-se uma brisa que arrepiou Patrícia. Era chegado o momento de ir embora. Ao levantar-se para arrumar as suas coisas, reparou num homem que estava a poucos metros de si. Moreno, alto, corpo bem modelado sem gorduras inestéticas e com os músculos bem definidos, enfim era um homem deveras interessante. Os cabelos grisalhos davam-lhe um ar distinto e charmoso. O homem falava animadamente ao telemóvel mas, ao sentir-se observado, levantou os olhos e trocaram um olhar intenso. E sorriu, perturbando Patrícia ainda mais. Ela sentiu calor no rosto e pensou:
- Idiota, já não tenho idade para corar quando um homem olha para mim.
Apressadamente saiu dali. A tarde tinha sido tudo menos tranquila... (continua)

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