tag:blogger.com,1999:blog-19859677457283854742024-02-19T04:34:48.609-08:00Nas tuas margens...Espaço de sonho, de fantasia, de imaginação, de prosa e poesia... directamente da alma para a blogosfera.stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.comBlogger23125tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-30865195828438590942013-01-14T01:14:00.000-08:002013-01-14T01:14:00.132-08:00Encontro na praia (XII)<div style="text-align: justify;">
- Sabes, Patrícia, quando te falei da minha vida não fui, totalmente, sincero. - João travava uma luta interior sem saber se lhe havia de dizer que era casado ou não. Tinha que tomar uma decisão rapidamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ela olhava expectante, só pensava "é agora que ele me vai dizer que é casado". João pegou-lhe na mão e disse:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Desculpa não te ter dito antes mas eu tenho um filho. Tem 7 anos. A mãe não o pôde ir buscar ao colégio e ligou-me várias vezes para o ir buscar mas, como eu estava contigo, não ouvi o telemóvel. Ele ficou sozinho no colégio e quem acabou por o ir buscar foi a avó materna. A mãe do Tiago é médica, houve um imprevisto no hospital e ela teve que fazer mais um turno. Quando é assim, eu costumo ficar com ele. </div>
<div style="text-align: justify;">
- Ufa, não imaginava que fosse isso.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Então o que é que pensaste?</div>
<div style="text-align: justify;">
- Deixa lá, agora já não interessa. Só não percebo porque é que estás aqui. Saiste a correr para ir ter com ele, certo?</div>
<div style="text-align: justify;">
- Sim mas a nossa relação não é muito próxima. Ele é muito mais próximo da mãe. Quando estou sozinho com ele nunca sei bem como ocupar o tempo. Ele pediu-me muito para o deixar ficar em casa da avó que eu acedi. Vou buscá-lo amanhã de manhã.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Olha, João, não faças isso muitas vezes por mais que o teu filho te peça. Eu também sou filha de pais separados e, infelizmente, quando eu dizia que não me apetecia ir a casa dele ou sair com ele o meu pai não insistia. A pouco e pouco foi-se afastando até a nossa relação ser praticamente inexistente. Não queiras isso para o teu filho. - o olhar de Patrícia tornara-se triste lembrando a falta que o pai lhe tinha feito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
João não conseguiu resistir a acariciar o belo rosto de Patrícia. Ela sorriu-lhe e beijou os dedos que lhe tocavam.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Não vamos falar do meu passado porque já não o posso alterar. Tu ainda podes mudar o teu presente. Não será difícil arranjar coisas para fazeres com o teu filho, algo que ele possa recordar para a vida. Por exemplo, já o ensinaste a andar de bicicleta? Eu lembro-me bem de quando o meu pai me ensinou a andar de bicicleta. Foi no ano anterior ao divórcio.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Por acaso, nunca me lembrei disso. Estamos sempre mais em casa. </div>
<div style="text-align: justify;">
- Fazes mal. Uma criança de 7 anos precisa de ar livre, precisa de correr e saltar. </div>
<div style="text-align: justify;">
- Realmente, és bem capaz de ter razão. Se bem que hoje até podia ter agradecido ao Tiago por ter querido ficar em casa da avó. Assim tive oportunidade de vir aqui jantar contigo. - João exibiu um sorriso tão maroto que parecia um míudo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Patrícia retribui-lhe o sorriso e levantando-se disse:</div>
<div style="text-align: justify;">
- Vou trazer a sobremesa, volto já.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enquanto ela se atarefava entre o congelador e o micro-ondas, João, não suportando mais o desejo que o consumia, levantou-se, abraçou-a carinhosamente depositando um beijo naquela curva do pescoço que o estava a tentar desde que chegara:</div>
<div style="text-align: justify;">
- Nenhuma sobremesa será tão doce como tu, Patrícia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkz7ORn1ibrzjf24w1a6lP-iyiAxHviw8hBnGhoIYahS7S8FHpoxXmhViUBzaeca4n49NlEvJlD0tWH-v61SoZCQ9GTkZdbDWW1TSTbfHidiCvvnjERHioM2iJCTMnm7pDtGCFfK-VT5M/s1600/casal_se_beijando_sombra_-_Daniela_Prata.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" eea="true" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkz7ORn1ibrzjf24w1a6lP-iyiAxHviw8hBnGhoIYahS7S8FHpoxXmhViUBzaeca4n49NlEvJlD0tWH-v61SoZCQ9GTkZdbDWW1TSTbfHidiCvvnjERHioM2iJCTMnm7pDtGCFfK-VT5M/s320/casal_se_beijando_sombra_-_Daniela_Prata.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none;">
Ela sentiu-se o corpo ficar mole enquanto se derretia como o gelado que tinha em cima da bancada. Voltou-se, olhou dentro dos olhos de João e viu o desejo que reflectiam. Sentiu-se um pouco assustada mas mesmo assim entregou-se ao beijo que recusara antes...</div>
</div>
<br />stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-22986373590311000622013-01-08T00:00:00.000-08:002013-01-08T00:00:07.996-08:00Encontro na praia (XI)<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">- Olá, entra. Estou mesmo a acabar
de preparar o nosso jantar. - disse Patrícia com um lindo sorriso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">- Cheira muito bem. O que é?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">- Espero que gostes de <i>pasta. </i>É <i>spaguetti</i> <i>alla</i> <i>carbonara.</i><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<i><span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">-
</span></i><span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">Adoro <i>pasta</i>. Espero
que combine bem com este vinho. - e mostrou garrafa que comprara. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">- Parece-me bem. Queres ajudar-me
a abrir? - e Patrícia encaminhou-se para a cozinha à frente de João. A visão
daquele corpo espectacular perturbou-o profundamente. E para ajudar, ouvia-se uma enebriante música vagamente parecida com tango...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">A cozinha do apartamento de
Patrícia era pequena mas acolhedora. João abriu a garrafa enquanto a jovem
dispunha a <i>pasta</i> numa travessa. Como
o espaço era exíguo, era inevitável tocarem-se. E foi que aconteceu quando
Patrícia procurava uma colher para servir, tocou ao de leve na mão de João que
pousava o saca-rolhas na bancada. Tanto um como outro sentiram um arrepio que
lhes percorreu o corpo de alto a baixo. A atracção era tão intensa que parecia
inflamar o ar que os rodeava. João aproximou a boca dos lábios entreabertos de
Patrícia que pareciam pedir para ser beijados mas ela afastou-se quebrando o
encanto que os rodeava.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">- Vamos jantar? - perguntou
Patrícia fazendo de conta que não se passara nada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">Patrícia pousou a travessa na mesa
da sala e começou a servir. João estranhou a atitude da Patrícia mas
acompanhou-a até à mesa servindo o vinho. Sentaram-se em silêncio e começaram a
comer. A promessa do beijo continuava ali entre eles. Durante alguns minutos só
se ouvia o som de ambos a mastigar e a música.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">- Então...- disse Patrícia ao
mesmo tempo que João também quebrava o silêncio:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">- Porque que é que... - João
interrompeu-se - Diz tu. O que é que estavas a dizer?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">- Diz tu primeiro. Tu é que
disseste que precisavas de conversar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">João ficou atrapalhado. Na verdade
dissera aquilo porque queria muito vê-la. E, também, tinha que lhe dar uma
justificação pela sua saída repentina daquela tarde. Não sabia bem o que lhe
dizer mas suspeitava que não lhe podia dizer toda a verdade sobre a sua vida.
Decidiu ser sincero, pelo menos em parte:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">- Se queres que te diga, eu disse
isso porque queria muito ver-te. Não esperava um convite para jantar mas ainda
bem que vim até cá. O teu <i>spaguetti</i>
está divinal. Agora posso eu fazer uma pergunta?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">- Bom, não estou muito satisfeita
por me teres tentado "enganar" fazendo-me acreditar que precisavas de
um ombro amigo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">- Tal</span><span style="color: #5588aa; font-family: Georgia, serif; font-size: 12pt; line-height: 19.2pt;">vez até precise mesmo do teu
ombro mas primeiro deixa-me fazer a tal pergunta.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">- Está bem. Diz...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">João pegou-lhe na mão e ela não se
esforçou por retirá-la.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">- Porque é que, depois do que se
passou esta tarde na praia, fugiste do meu beijo há pouco? Eu sei que te
apetecia tanto como a mim.<o:p></o:p></span><br />
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.acertando.com.br/painel/coupons/LEP0MGTE4REB0_casal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.acertando.com.br/painel/coupons/LEP0MGTE4REB0_casal.jpg" height="229" width="320" /></a></div>
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span>
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">Patrícia corou com aquele seu
jeito de menina tímida e desviou o olhar. João tocou-lhe, ao de leve, no queixo
forçando-a a olhá-la nos olhos. Patrícia enfrentou-lhe o olhar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">- A minha atitude desta tarde foi,
completamente, fora do vulgar. Não deixas de ser um desconhecido. Não sei nada
sobre ti. Convidei-te cá para casa porque pensei que viesses explicar o que se
passou para teres saído da praia daquela maneira. Fiquei muito confusa por ter,
literalmente, rebolado na areia contigo e logo a seguir saiste a correr e
deixaste-me sozinha. Nem imaginas como me senti. Afinal o que se passou
contigo? Há algo que eu deva saber?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 127.6pt; text-align: justify;">
<span style="color: #5588aa; font-family: "Georgia","serif"; font-size: 12.0pt;">João fitou-a e tentou ordenar os
pensamentos. E, finalmente, começou a falar:<o:p></o:p></span></div>
stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-48619902239374417912012-12-30T13:56:00.001-08:002012-12-30T13:56:33.572-08:00Encontro na praia (X)<div style="text-align: justify;">
João conduziu, perturbado, durante algum tempo. Depois de quase bater no carro da frente, resolveu encostar. Fechou os olhos e só via o sorriso de Patrícia. Ainda sentia o sabor dos seus lábios, da sua pele, na sua boca. Pegou no telemóvel e os seus dedos procuraram o número que gravara há poucas horas. </div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Ligo ou não ligo? A minha sogra parecia que me lia a mente. - pensava ele. - Bom, já que tenho a fama...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
João efectuou a chamada. E tocou, tocou, tocou e nada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em casa, Patrícia olhava o ecran do telemóvel piscando o nome dele. E, finalmente, atendeu. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Estou?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Olá, Patrícia. É o João.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Ah, olá. Então já resolveste o teu problema?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Sim, mais ou menos. Podemos conversar?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Claro. Diz.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Pelo telefone, não. Preferia que nos encontrássemos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Tudo bem. Acabei de tomar banho. É só acabar de me arranjar e podemos encontrar-nos onde quiseres.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://weblog.aventar.eu/abnoxio.weblog.com.pt/arquivo/banho1205.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" eea="true" height="173" src="http://weblog.aventar.eu/abnoxio.weblog.com.pt/arquivo/banho1205.jpg" width="200" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
A imagem de Patrícia no duche era extremamente perturbadora. A última coisa que ele precisava era de ser visto com ela num sítio público. Com a sua sorte, era bem capaz de encontrar alguém conhecido. Não queria assustar Patrícia mas arriscou:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Não me apetecia nada ir a sítios barulhentos. Estou muito cansado. Importavas-te muito se eu passasse pela tua casa? Posso levar qualquer coisa para jantarmos. Eu prometo portar-me bem. Só preciso de conversar com alguém.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Patrícia mordeu o lábio. Não sabia o que dizer. Estava cheia de vontade de estar com João mas, na verdade, mal o conhecia. Parecia-lhe perigoso que ele soubesse já onde ela morava.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Não sei, não me parece nada boa ideia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Por favor, Patrícia, eu preciso mesmo de te ver e conversar contigo. Confia em mim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Bom, não me pareces muito bem realmente. Está bem, podes vir mas não precisas de trazer nada. Tenho sempre qualquer coisa para improvisar uma refeição. Vou explicar-te onde moro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quarenta e cinco minutos depois, João estacionava na rua de Patrícia. Pelo caminho, vira uma garrafeira e parara para comprar um vinho tinto. Sempre ajudava a descontrair. Ainda não sabia como ia explicar a sua saída repentida dessa tarde. Alguma coisa lhe dizia que Patrícia não gostaria de saber que ele era casado. E João não sabia se havia de terminar aquela louca história ou seguir em frente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
João tocou à campainha e Patrícia abriu. Quando ele a viu, pareceu-lhe ainda mais encantadora, vestida descontraidamente, com o cabelo ainda húmido, a pele reluzente e um discreto perfume. E decidiu que aquela história não podia mesmo acabar assim...</div>
<br />
stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-62670459673282712642012-12-19T00:14:00.000-08:002012-12-19T00:14:17.041-08:00Encontro na praia (IX)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtFwNpXoYrcwd6Yx842d0qHtPuO6sc18uX_PKPDPuvSwxKtDFBpmIPq_j0PTUXiyAFyJImMvXTIwwR5yNsF2Q-e9yLZ-Tazkk9xHmAcVTV0uI_Sl9hPOTvOeiQOpfLs16Fz4vczh7Zo3XU/s1600/1315243592813.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtFwNpXoYrcwd6Yx842d0qHtPuO6sc18uX_PKPDPuvSwxKtDFBpmIPq_j0PTUXiyAFyJImMvXTIwwR5yNsF2Q-e9yLZ-Tazkk9xHmAcVTV0uI_Sl9hPOTvOeiQOpfLs16Fz4vczh7Zo3XU/s1600/1315243592813.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
João ia um pouco enervado enquanto conduzia em direcção à casa dos sogros. Não sabia bem como ia ocupar o tempo com o filho sozinho. Fernanda sabia sempre como entretê-lo mas João ficava sempre perdido quando ficava com Tiago.</div>
<div style="text-align: justify;">
Assim que chegou à casa dos sogros, ouviu a gargalhada do filho e ficou feliz por Tiago estar bem-disposto. Quando o filho o viu, correu para ele:</div>
<div style="text-align: justify;">
- Olá, Papá. Posso ficar a dormir aqui em casa da avó? Assim, amanhã de manhã, posso ir logo para a piscina. E a avó faz-me panquecas para o pequeno-almoço? Posso? Posso? Por favor.</div>
<div style="text-align: justify;">
João sorriu para o filho e para a sogra. E suspirou de alívio porque Tiago sem saber estava a resolver o problema de ele nem sempre saber como entreter o filho. Mas, tendo em conta que a sogra estava com os olhos cravados nele, não concordou de imediato:</div>
<div style="text-align: justify;">
- Oh, e vais deixar o teu pobre pai sozinho? Já vinha a pensar o que podiamos fazer nesta noite só de homens!</div>
<div style="text-align: justify;">
A sogra deu uma achega:</div>
<div style="text-align: justify;">
- Deixe o menino cá ficar, João. A Fernanda chegará, de certeza, muito cansada e assim pode dormir descansada. E, de certeza, que vos fará bem umas horas sozinhos. Podem vir buscar o menino ao fim do dia ou mesmo no domingo.</div>
<div style="text-align: justify;">
- O papá pode aproveitar para trabalhar. Está sempre tão ocupado!</div>
<div style="text-align: justify;">
- Bom, se estão os dois de acordo... A D. Maria do Carmo tem a certeza que não se importa?</div>
<div style="text-align: justify;">
- Oh, João, mas desde quando é que me importo de tomar conta do meu neto?! Quer ficar para jantar?</div>
<div style="text-align: justify;">
- Obrigada mas não vale a pena. Vou seguir o conselho do meu filho de aproveitar para pôr trabalho em dia já que esta tarde não estive no escritório.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Como queira. Tiaguito, despeça-se do papá e fique aqui a acabar o seu lanche que a avó vai acompanhar o pai ao carro.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Está bem, avó. Obrigado, papá. - o filho deu-lhe um abraço apertado e foi embora a correr.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Maria do Carmo acompanhou João ao carro e não perdeu a oportunidade de repreender o genro:</div>
<div style="text-align: justify;">
- João, ninguém consegue perceber o que andou a fazer toda a tarde. Desapareceu, não atendeu o telefone e por isso o menino ficou mais de 1 hora sozinho no colégio. Quando lá cheguei, ele estava de lágrimas nos olhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Tem toda a razão, D. Maria do Carmo, nem sabe como fiquei quando percebi que o Tiago tinha ficado no colégio. Tive uma reunião fora do escritório e tinha o telemóvel sem som.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Estranho, nem o seu sogro nem ninguém no escritório sabia dessa reunião.</div>
<div style="text-align: justify;">
- É natural, a reunião foi marcada por mim directamente, não passou pela minha secretária.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Olhe, João, a minha filha até pode acreditar nessa desculpa sem pés nem cabeça mas eu sei muito bem o que significam essas reuniões misteriosas a meio do dia. Eu não nasci ontem. Atreva-se a magoar a minha filha ou o meu neto e vai ter que se ver comigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Mas...</div>
<div style="text-align: justify;">
- Não precisa de responder. Está avisado. Agora veja o que anda a fazer. Eu estarei atenta. Até amanhã.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A sogra virou-lhe as costas e afastou-se com altivez.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ele entrou para o carro desorientado. Nunca teria jeito para mentir. O melhor era esquecer Patrícia e terminar aquela história ainda antes de começar.</div>
stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-47997322487597292932012-08-15T14:35:00.003-07:002012-08-15T14:35:46.791-07:00Encontro na praia (VIII)<div style="text-align: justify;">
Patrícia observava João enquanto ele falava ao telefone. Aquela chamada parecia tê-lo perturbado muito. Ele parecia inquieto e quase furioso. E, também, misterioso…</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A verdade é que ela rebolara na areia com um perfeito desconhecido. Tinham conversado muito mas João era uma incógnita para ela. Não sabia se ele lhe tinha dito toda a verdade sobre a sua vida. Até podia ser casado e estar a ter uma discussão com a mulher. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Não, não pode ser. Eu não merecia isso. Não, agora que encontrei um homem que me fez vibrar como nenhum outro antes. Não, de certeza que ele não é casado. Estou a ser insegura. Estou com estes pensamentos porque não consigo acreditar no que me está a acontecer. – Patrícia matutava nestas coisas enquanto ele continuava inquieto, andando de um lado para o outro. Mal sabia Patrícia como o seu instinto estava correcto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Finalmente, João desligou. O coração de Patrícia quase saltava do peito de tão acelerado. Ele continuou a fitar o telemóvel parecendo já nem se lembrar da sua presença. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No momento seguinte, o olhar de Patrícia cruzou-se com o olhar de João e o rosto dele iluminou-se num sorriso:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Desculpa. Vou ter que ir. Tenho um problema familiar para resolver. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Patrícia não conseguiu disfarçar a desilusão. Imaginava que não se iriam separar tão cedo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Lamento mas não posso deixar de ir. Se me deres o teu número, posso ligar-te mais tarde? Para me explicar com calma. – E para pensar bem no que lhe vou dizer, pensava João. Não tinha mesmo feitio para mentir. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
João aproximou-se mais e acariciou-lhe o rosto.</div>
<div style="text-align: justify;">
- Acredita que a última coisa que eu queria, era deixar-te. – Disse ele com sinceridade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Patrícia não sabia o que lhe responder. Quase sem dizer nada deu-lhe o número e gravou o número dele no seu próprio telemóvel.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
João despediu-se com um roçar de lábios porque se a beijasse como desejava não seria capaz de a largar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Patrícia viu-o afastar-se sem sequer olhar para trás e não sabia como se sentir. A sua insegurança levava-a a pensar que tinha cometido uma imprudência ao rebolar com ele na areia. E o pior era que sentira vontade fazer amor com ele ali mesmo na praia o que teria sido uma imprudência ainda maior. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
- Mas que ridículo. Sou uma mulher adulta mas estou a sentir-me como uma adolescente que se envolve com um homem pela primeira vez. </div>
<div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.dsaia.com.br/wp-content/uploads/2009/11/mulher-praia.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="150" mda="true" src="http://www.dsaia.com.br/wp-content/uploads/2009/11/mulher-praia.jpg" width="200" /></a></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No passado, quando tinha namorado e ia à praia isso era sempre sinónimo de momentos muito excitantes. A praia tinha o dom de lhe despertar os sentidos, o calor, o som das ondas, os corpos com pouca roupa, a sensualidade do creme aplicado com delicadeza. Depois de um dia de praia, a noite era sempre deliciosa. No entanto, nem mesmo rebuscando nas memórias dos seus melhores momentos do passado, se conseguia lembrar de um homem ou de uma situação que a tivesse excitado tanto. É verdade que não tinha tido muitos relacionamentos mas o que lhe acontecera neste dia fazia-a pensar que nunca tinha estado verdadeiramente apaixonada. </div>
<br />
stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-63688756375346217622012-06-09T10:15:00.000-07:002012-06-09T10:15:40.677-07:00Encontro na praia (VIII)<div style="text-align: justify;">
O telemóvel chamou durante alguns minutos até João ouvir a voz irritada da mulher:</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Até que enfim, João. Estou farta de te ligar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Desculpa, estava numa reunião. Vi agora que já tinhas ligado. Há algum problema? – Ele esforçava-se para soar calmo e com naturalidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Mas que reunião? A tua secretária diz que não foi ela que agendou. O meu pai diz que não sabia de nada. O que é que andas a tramar?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Fernanda, podes parar já com o interrogatório. Sempre combinámos que tu não te metias em nada que tivesse a ver com a empresa. Ligaste-me para quê, afinal?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Espero que não estejas a pensar enganar o meu pai de alguma maneira. Nunca te perdoaria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O sogro de João era o principal accionista, e CEO, da empresa onde João trabalhava. Quando casaram, houve quem pensasse que ele casava com Fernanda por interesse mas João estava mesmo apaixonado pela jovem médica. Ele sempre foi dado a grandes paixões. Quando se conheceram, e se envolveram, ele nem desconfiava de quem ela era filha. Só muitos meses depois, e irremediavelmente encantado com Fernanda, é que tinha percebido que o pai de Fernanda era um dos maiores empresários do país. Naturalmente que, mais tarde, o agradável juntou-se ao útil e ele acabou por ir trabalhar para a empresa do sogro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- És muito criativa, Fernanda. Devias dedicar-te a realizar filmes, deviam ser um sucesso. Nem todas as reuniões têm que passar pela minha secretária. E vamos acabar o assunto por aqui que eu não estou com a mínima paciência para discutir. Volto a perguntar, qual é a urgência?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Há dias em que és mesmo desagradável. Bom, liguei-te porque o colega que me vinha substituir teve um problema familiar e eu vou ter que fazer mais um turno aqui no hospital. Liguei-te para te avisar para ires buscar o Tiago ao colégio.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
João olhou para o relógio. Já passava das 17 h. O filho acabara as aulas há 1 hora atrás. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Oh, meu Deus. Então vou já para lá. Coitado do miúdo. Já passa da hora.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- E tu achas que eu ia deixar o meu filho abandonado durante 1 hora enquanto tu andas a fazer sabe-se lá o quê?! Como não atendias, pedi à minha mãe para o ir buscar. Agora só tens que ir ter com ele à casa dos meus pais. E tenta ter paciência para o ajudares com os trabalhos, está bem?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
João tinha-se sentido muito culpado quando pensou que o filho podia estar sozinho no colégio enquanto ele se rebolava, literalmente, na praia com uma mulher bonita. A relação com o filho não era a melhor mas amava-o profundamente, acima de tudo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Está bem. Desculpa não ter atendido e ter-me alterado. Vou já buscá-lo e vamos passar uma noite em grande, os dois. Boa noite de trabalho para ti.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Ok. Portem-se bem. Beijinhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Até amanhã, Fernanda.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
João desligou e ficou a olhar para o telemóvel. Já tinha esgotado o seu repertório de mentiras. Não se estava a sentir nada bem com esta situação. Tinha que ir buscar o filho para se redimir das acções deste dia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://rlv.zcache.com.br/as_caraibas_12_homem_na_praia_poster-r41a86c8e97a14f8daaba8492c1c6ddba_wvu_400.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" fba="true" height="320" src="http://rlv.zcache.com.br/as_caraibas_12_homem_na_praia_poster-r41a86c8e97a14f8daaba8492c1c6ddba_wvu_400.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
De repente, lembrou-se que Patrícia ainda estava ali, à sua espera, a poucos metros. E ele já nem sabia o que lhe dizer…</div>stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-51002493817204939752012-02-13T09:30:00.000-08:002012-06-09T10:09:19.963-07:00Encontro na praia (VII)<div style="text-align: justify;">
- Perturbei-a. Desculpe. Esqueça a minha sugestão. Venha, está comigo, não lhe vai acontecer mal nenhum. - A sua voz soou algo paternalista e Patrícia não gostou muito.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Não tenho medo. Vamos a isso. Não preciso de protector. – E, levantando-se, começou a andar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O ambiente tinha ficado estranho entre os dois depois daquele diálogo. Foram caminhando em silêncio e João não sabia como havia de aligeirar o ambiente. Não lhe ocorria nada inteligente nem sequer uma piada. Patrícia também sentia o ambiente pesado…</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Desculpe a minha reacção brusca, João. Sou muito insegura e tímida. Pensei que estava a gozar comigo por eu ficar incomodada com a ideia de fazer nudismo. – Começou, novamente, a ficar corada. Não sabia o que a levava a confiar naquele homem a ponto de lhe confessar aqueles sentimentos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Não era, de todo, minha intenção gozar consigo. Acho a sua perturbação encantadora – E, parando de andar, tocou-lhe no queixo para a fazer olhar para si e sorriu-lhe. Sentiu uma vontade irresistível de a beijar…</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O toque dele fê-la arrepiar-se e perpassou-lhe pela ideia, novamente, as imagens do sonho. Retribui-lhe o sorriso e aproximou-se mais dele. Também sentia vontade de sentir os seus lábios. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os olhos de ambos espelhavam o desejo. João tomou a iniciativa e beijou-a. Primeiro devagar, tocando-lhe ao de leve nos lábios mas não conseguiu ficar por ali. Beijou-a com paixão e Patrícia correspondeu-lhe com avidez. Sem se aperceberem caíram na areia, continuavam a beijar-se, abraçaram-se e acariciaram-se. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A maré estava a subir e uma onda encharcou-os despertando-os do torpor do desejo que os estava a dominar. Afastaram-se:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Patrícia, desculpe. Não sei o que me deu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ela disse, sorrindo:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Se calhar, começa a ser ridículo, tratarmo-nos por você.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Bom, realmente. Então, desculpas-me Patrícia?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Não estou a ver porque estás a pedir desculpa. Só se for por teres deixado de me beijar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- A verdade é que me senti muito atraído por ti desde a primeira vez que te vi. Tenho pensado em ti todos os dias. Estou a ser sincero. Parece ridículo pensar em ti sem te conhecer mas, hoje, depois de ter conhecido e conversado tanto contigo, a atracção ainda ficou mais forte.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Patrícia ficou muito atrapalhada. O coração batia acelerado e ela não sabia o que dizer. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Se calhar é melhor voltarmos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
E, voltando as costas, começou a caminhar. Ele ficou atónito mas seguiu-a. Quando o sentiu a seu lado, Patrícia procurou a mão dele e apertou-a. Ele percebeu que a timidez não a deixava falar mas que a atracção era mútua.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8vZfCP_YJDo7rhyow8Jcq3jsajLhjkFSY9vsmqKAXibPUVuE8ttYbza3akFsoKl-Tf0e_1EchqoLSIxmRMFl67LIkrq0lxiPWvU0VjUNFkuFvXK04_gWbZMDU2ciKKfTZ8NcBr0CTqW0/s320/casal+na+praia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" sda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8vZfCP_YJDo7rhyow8Jcq3jsajLhjkFSY9vsmqKAXibPUVuE8ttYbza3akFsoKl-Tf0e_1EchqoLSIxmRMFl67LIkrq0lxiPWvU0VjUNFkuFvXK04_gWbZMDU2ciKKfTZ8NcBr0CTqW0/s200/casal+na+praia.jpg" width="200" /></a></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando chegaram ao pé das toalhas, o telemóvel de João tocava freneticamente. Ele correu para atender mas já não foi a tempo. Quem ligava era Fernanda, o que o trouxe abruptamente à realidade. Viu que já tinha 5 chamadas não atendidas da mulher.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
- Vou ter que retribuir esta chamada. Dás-me um minuto? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Patrícia acenou que sim, até ficava agradecida por ficar só durante uns momentos para digerir o que se tinha passado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ele afastou-se e ligou para Fernanda, já antecipando a discussão que teriam por ele não ter atendido o telefone…</div>
<br />stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-89041499704626631762012-01-08T01:56:00.000-08:002012-01-08T01:56:36.013-08:00Encontro na praia (VI)<div style="text-align: justify;">
- Olá. Posso fazer-lhe companhia?</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
Patrícia sobressaltou-se. Olhou João de alto a baixo. Pela sua cabeça passaram-lhe as imagens do sonho erótico que tivera com ele e não conseguiu evitar que a cor lhe afogueasse o rosto. Mas respondeu-lhe:</div>
<div style="text-align: justify;">
- E porque não? Pode sentar-se, se quiser…</div>
<div style="text-align: justify;">
- Desculpe o incómodo mas o seu rosto não me é estranho. – Que tirada tão óbvia pensou João.</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
- Mas que lugar-comum. Não quer tentar outra vez? – Ironizou Patrícia.</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
- Tem razão. Já há muito tempo que não converso com uma desconhecida. A verdade é que reparei em si no outro dia, aqui na praia. Achei-a muito bonita. Ainda por cima parecia deslocada daquela zona da praia, ali mais à frente, sabe? Parecia envergonhada e isso dava-lhe um ar absolutamente encantador.</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
Ela ouviu tudo mas fixou-se numa frase perguntando:</div>
<div style="text-align: justify;">
- Porquê?</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
- Porque é que a achei encantadora?</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
Ela sorriu mas disse:</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
- Não. Porque é que não mete conversa com desconhecidas há muito tempo?</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
- Ah, isso – <em>E agora o que é que eu vou dizer</em>, pensou João – Sabe, é que fui casado durante muitos anos. Separei-me há pouco tempo. Já estou desabituado de conhecer pessoas novas – <em>E começaram as mentiras. Aonde é que eu me estou a meter?</em> Interrogou-se João.</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
- Ah, compreendo. Eu também não costumo conversar com desconhecidos. Não tenho muito tempo fora do meu trabalho para conhecer outras pessoas. Os relacionamentos que tenho tido têm sido, sempre, com colegas de trabalho o que nem sempre corre bem. Sou enfermeira.</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<em>Mau, querem lá ver que ela conhece a Fernanda?! Impossível, o que há mais é médicos e enfermeiros. Seria uma incrível coincidência.</em> João começava a inquietar-se </div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
- Eu também não tenho muito tempo mas hoje tive que fugir. Já não aguentava mais. Tenho um trabalho muito stressante. Sou gestor de uma empresa e os tempos são difíceis. A nossa cotação em bolsa desceu muito, hoje, e andava tudo descontrolado no escritório. Inventei uma reunião fora da empresa para poder vir arejar. </div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
E ali ficaram a conversar sobre os respectivos empregos e as vidas complicadas que ambos levavam. </div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/_w1_ST4SPOHA/TUmXkb5AgHI/AAAAAAAAAeY/vVVyS8FOLBk/s1600/casal+na+praia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" rea="true" src="http://4.bp.blogspot.com/_w1_ST4SPOHA/TUmXkb5AgHI/AAAAAAAAAeY/vVVyS8FOLBk/s320/casal+na+praia.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
A dada altura, João perguntou:</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
- Quer vir dar um passeio à beira-mar?</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
Ela hesitou:</div>
<div style="text-align: justify;">
- Depende para que lado pretende fazer o passeio.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ele riu-se:</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
- Incomoda-a a zona dos naturistas? Não imagina como é libertador estar naquela zona. Manda-se as convenções sociais às urtigas. Adoro mergulhar e nada sem roupa nenhum entre a minha pele e a água. Devia experimentar um dia.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ela olhou para ele, levemente perturbada com aquela ideia. Despir-se completamente no meio de desconhecidos era completamente impossível. Ainda se ele fosse a única pessoa na praia...</div>
<br />stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-9867225330685028392011-12-19T08:47:00.000-08:002011-12-19T08:47:03.373-08:00Encontro na praia (V)<div style="text-align: justify;">
Os dias passaram sem que João ou Patrícia voltassem à praia. De vez em quando havia um vislumbre daquele olhar que se intrometia nas suas cabeças.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mais do que uma vez, Patrícia viu a tal fotografia para se tentar lembrar de quem seria aquele homem mas sem sucesso. Bem vistas as coisas, nem tinha a certeza de se tratar da mesma pessoa já que, na imagem, ele só aparecia de perfil. </div>
<div style="text-align: justify;">
Cerca de uma semana depois, como o calor se mantinha, tanto João como Patrícia resolveram ir à praia para relaxar. Ele porque se sentia a sufocar no escritório, ela porque o turno no hospital tinha sido duríssimo já que tinha perdido um doente ao qual ela tinha alguma simpatia.</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
Patrícia chegou primeiro. Pensara duas vezes se haveria de ir à mesma praia ou não. Nudismo não era bem o seu estilo mas não se recordava de ter visto pessoas nuas logo à entrada da praia. Aí tinha todo o aspecto de uma praia normal. Desde que não se aventurasse muito, estaria em segurança. A remota possibilidade de voltar a encontrar o homem que lhe sorrira comandou a sua vontade até lá.</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-RWT7EtPfLtmWljwh_0IUwf1lKZ_Nb5qE-KT2QTAz4qYMgdrv875OD-d41trrHT4poHC58Iy0WoyIdtuPFPbrntwrB91lmwFSsiYsHDwdzG1bpUTfs98nAPnS-ZLy-gKSuUb_08QQrCos/s1600/chapeu-de-praia.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" oda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-RWT7EtPfLtmWljwh_0IUwf1lKZ_Nb5qE-KT2QTAz4qYMgdrv875OD-d41trrHT4poHC58Iy0WoyIdtuPFPbrntwrB91lmwFSsiYsHDwdzG1bpUTfs98nAPnS-ZLy-gKSuUb_08QQrCos/s200/chapeu-de-praia.jpg" width="187" /></a>Enquanto ela se instalava, João também chegou à praia já que era nessa praia que se sentia melhor. Ia para se encaminhar para o seu spot favorito quando viu o cabelo loiro de Patrícia. Ficou dividido entre a vontade de se libertar e nadar sem roupa naquele mar azul e a vontade de ficar ali perto a contemplá-la, quem sabe trocar algumas palavras com ela.</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
A vontade de ficar perto daquela mulher que o perturbara foi mais forte e estendeu a toalha ali por perto. De vez em quando, olhava na direcção da jovem mas ela parecia tão absorta na leitura que nem reparava no que se passava à volta. João estava desejoso de ir até lá mas, de repente, foi como se sentisse o dedo anelar da mão esquerda arder. Ali estava o símbolo do amor e fidelidade que jurara a Fernanda lembrando-o que não era um homem livre. Disse a si mesmo que conversar com uma mulher, por mais bela que fosse (e por mais atraído que se sentisse), não significava traição. Pelo sim, pelo não, resolveu tirar a aliança. Não podia tentar conhecê-la com aquele ardor a inquietá-lo.</div>
<div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; text-align: justify;">
Patrícia já o tinha visto mas tentou ignorar aquela presença. O que era certo é que não fazia ideia do que estava escrito nas páginas que ia virando. Só se conseguia lembrar do sonho da outra noite.</div>
<div style="text-align: justify;">
- É agora ou nunca - pensou João. E levantou-se... (continua)</div>stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-77495694914111208532011-12-11T03:45:00.000-08:002011-12-11T04:13:05.470-08:00Encontro na praia (IV)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOrfBgLkBb0nVsbEvf2MnA-82GwHebrn0k1sZJTN7fWbeFv-yYMxImFhl6VkQeF-DOB5UqiIPUPLqeJlEYa0HsZiJCj0VhEw-l7yLI3gG7XUe0GbAjjhwrSaZI71DwpOUa6dksgyEzL1c/s320/mulher+pensativa.bmp" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="220" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOrfBgLkBb0nVsbEvf2MnA-82GwHebrn0k1sZJTN7fWbeFv-yYMxImFhl6VkQeF-DOB5UqiIPUPLqeJlEYa0HsZiJCj0VhEw-l7yLI3gG7XUe0GbAjjhwrSaZI71DwpOUa6dksgyEzL1c/s320/mulher+pensativa.bmp" width="199" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Indecisa entre ligar a televisão ou o portátil, Patrícia não conseguia deixar de pensar naquele homem que vira na praia. Quanto mais pensava nisso mais lhe parecia que o rosto era, vagamente, familiar. Já se tinham cruzado. - Seria médico? - pensava ela. Tendo em conta as horas que passava a trabalhar era difícil conhecer outras pessoas sem ser nos hospitais por onde já tinha passado. Decidiu-se a levar o portátil consigo para o quarto. Antes de dormir sempre podia navegar pelo seu mais recente vício, o facebook. Talvez desse uma vista de olhos às fotos dos amigos e conhecidos para ver se encontrava aquele rosto novamente. Começou pelos colegas do hospital onde trabalhava agora. A busca revelou-se cansativa e infrutífera. As palpebras coemçaram a pesar e a cabeça ia pendendo. Enquanto esperava que uma foto do jantar do último Natal carregasse, Patrícia adormeceu. O subconsciente, influenciado pela consciência, pregou-lhe uma partida. A jovem viu-se na praia. O calor era abrasador mas, estranhamente, não se via ninguém na praia. Ninguém excepto... aquele homem de olhar perturbador que sorria para ela. Aquela presença era magnética e a Patrícia, do sonho, não teve outra solução senão caminhar para ele. O desconhecido pegou-lhe na mão e fê-la sentar-se. As suas mãos tocaram-lhe carinhosamente e ela sentiu um arrepio delicioso, aumentando mais ainda com o beijo que ele lhe deu. O desconhecido pegou-lhe ao colo levando-a para a beira mar onde fizeram amor demoradamente. Patrícia acordou, sobressaltada, quando olhou em volta e viu a praia encher-se de gente para mais um dia de praia. - Parecia tão real - pensou ela enquanto se apercebia que se sentia a tremer de prazer. Antes de desligar o portátil para tentar dormir, ainda olhou para a tal foto que tentar abrir antes de adormecer. O centro da imagem era ocupada pelos rostos sorridentes dela e de outras enfermeiras do hospital com quem ela se relacionava melhor. Num canto aparecia outro grupo animado. Aí vislumbrou um belo rosto de homem...<br />
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<br />
<br />
Esta história começou <a href="http://nastuasmargens.blogspot.com/2009/09/encontro-na-praiai.html">aqui</a> e continuou <a href="http://nastuasmargens.blogspot.com/2009/09/encontro-na-praia-ii.html">aqui</a> e <a href="http://nastuasmargens.blogspot.com/2009/09/encontro-na-praia-iii.html">aqui</a></div>stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-19595639434267282092009-10-05T16:08:00.000-07:002009-10-05T16:27:24.071-07:00Sem tempo nem espaçoE a imaginação esvai-se no correr dos dias, as palavras vão ficando por escrever e as histórias por contar... ansiando pela disponibilidade de tempo e de espírito para virem povoar este espaço como borboletas esvoaçantes...stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-82003191314543901672009-09-24T15:48:00.000-07:002009-09-25T06:27:41.933-07:00O perfume<div align="justify">Quando se tem a alma repleta de amor, ele transborda. Todos percebem a nossa felicidade. queremos espalhar esse perfume à nossa volta. E vão saltando pequenas gotículas que perfumam todos em redor. Mas é preciso que os outros se deixem tocar por este maravilhoso perfume que é o amor...</div>stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-33371458248993696592009-09-16T06:34:00.000-07:002011-12-18T15:54:51.304-08:00Encontro na praia (III)<a href="http://2.bp.blogspot.com/_78FS8iVs6L8/SdwXtsbpQFI/AAAAAAAAA7E/zDO0CDKSnmM/s400/luar.bmp"><img alt="" border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/_78FS8iVs6L8/SdwXtsbpQFI/AAAAAAAAA7E/zDO0CDKSnmM/s400/luar.bmp" style="cursor: hand; float: left; height: 171px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 266px;" /></a> A casa vazia aguardava Patrícia. Ainda estava perturbada por aquela troca de olhares. Enfiou-se rapidamente no duche tentando que a água lhe lavasse a alma e lhe fizesse esquecer a imagem daquele homem. A verdade é que vivia sozinha há demasiado tempo e, ultimamente, sentia a falta de um abraço e de um beijo ao fim do dia. Enquanto tomava duche fechou os olhos mas em vez de esquecer parecia que aquela imagem estava mais viva a ponto de quase sentir as mãos dele a acariciá-la.<br />
<br />
<div align="justify">
- Mas eu devo estar maluca... como é que uma rápida troca de olhares me pode ter perturbado tanto?! - Pensava Patrícia. </div>
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<div align="justify">
Por fim, enrolou-se na toalha, secou-se e, com todo o cuidado, hidratou a pele...</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
- Não posso correr o risco de encontrar o homem da minha vida e estar com a pele áspera e seca, não é verdade?! - E sorriu para o seu reflexo no espelho.</div>
<div align="justify">
Depois de vestir uma roupa confortável, preparou-se para mais um jantar e um serão solitário no seu belo apartamento. </div>
<br />
<br />
<div align="justify">
João, pelo contrário, preparou-se para um serão em família, o jantar preparado pela empregada e arrumar a cozinha enquanto a mulher ajudava o filho com os exercícios da escola. Só Fernanda é que tinha paciência para ajudar o miúdo. João perdia o controlo à mínima dificuldade de Tiago . </div>
<div align="justify">
Enquanto Fernanda se ocupava de Tiago, João saiu para o pequeno jardim e começou a fumar um cigarro. Tinha recomeçado a fumar há pouco tempo devido ao stress que o trabalho lhe provocava. Agora saboreava aquele cigarro enquanto olhava a lua e recordava aqueles olhos azuis. </div>
<br />
<div align="justify">
- Era melhor afastar estes pensamentos da mente. Não é assim que resolvo os meus problemas... - pensou João. Ele ainda acreditava que era possível ser feliz com Fernanda. A paixão do ínicio já não existia mas ainda a amava. </div>
<br />
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
- Não acredito, João, estás a fumar outra vez... - Fernanda saira também para o jardim.</div>
<div align="justify">
- Ainda há dois dias entrou no serviço um homem de 50 anos com um cancro de pulmão. 50 anos, João, são só mais 8 anos que tu. Quando é que te convences que isso mata...</div>
<br />
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
Os argumentos de Fernanda eram sempre estes, os seus doentes do serviço de oncologia. João estava farto de saber que fumar mata. Fernanda continuou a falar de doenças mas João foi deixando de a ouvir, ia pensando se aquela mulher da praia também lhe diria para deixar de fumar...</div>
<br />
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
- João, João, estás a ouvir? Estou a falar há 10 minutos e tu nem reages. Ouviste alguma coisa?</div>
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</div>
<div align="justify">
- Sim, Fernanda, já sei que fumar provoca o cancro e que mata e isso tudo.</div>
<br />
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</div>
<div align="justify">
- Mas eu já tinha começado a falar de outra coisa. Estavas a pensar em quê, afinal? Falar contigo é como falar com uma parede. Estava a falar-te...</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
- Desculpa, Fernanda, mas estou muito cansado. Vou dormir. - E o tom de voz não dava direito a réplica. </div>
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</div>
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- Mas...</div>
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</div>
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E João deixou a mulher a falar sozinha. Havia alturas em que desligava mesmo e não a ouvia. Nessas alturas já não tinha tanta certeza que ainda a amava. </div>stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-45541834585698259252009-09-15T06:29:00.000-07:002011-12-18T15:53:41.350-08:00Encontro na praia (II)<a href="http://www.lifecooler.com/lifecooler/imagens/bd/66383.jpg"><img alt="" border="0" src="http://www.lifecooler.com/lifecooler/imagens/bd/66383.jpg" style="cursor: hand; display: block; height: 146px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 196px;" /></a><br />
<div align="justify">
João tinha saído mais cedo do escritório. Atravessara a ponte antes da hora de ponta logo tinha demorado pouco a chegar à margem sul. Como ainda era cedo, e estava uma tarde espectacular, resolvera ir até à praia dar um mergulho para relaxar. A sua vida cada vez o entediava mais fosse no escritório ou mesmo em casa. Na empresa já não suportava mais ouvir falar na crise, nos ganhos e perdas, no PSI 20, no Dow Jones e em todas essas preocupações financeiras que tinham ensombrado o dia-a-dia no último ano. </div>
<br />
<div align="justify">
O casamento também atravessava uma crise. Cada vez se sentia mais distante da mulher, sempre preocupada com os seus doentes, com o seu Serviço no Hospital, com os resultados escolares do filho, com a casa que tinha que estar sempre impecável. O sexo, quando acontecia, já não era apaixonado como antes. As mesmas carícias, os mesmos gestos, os corpos reagiam de maneira automática. Sim, o fantasma da rotina ensombrava-os. Longe iam os tempos em que se conheceram e a química era irresistível. Os primeiros anos de casados tinham sido espectaculares. Apesar das vidas profissionais agitadas e stressantes, quando estavam juntos entendiam-se muito bem. Fernanda era divertida, sensual, apaixonada sem se preocupar com coisas corriqueiras. Depois de uma gravidez complicada que terminou com um parto difícil, Fernanda dedicou-se completamente ao filho e foi-se afastando, esquecendo que João também fazia parte da sua vida. O filho, que João desejara tanto, foi ficando sempre mais ligado à mãe a ponto de João se sentir um intruso entre eles.</div>
<div align="justify">
Naquela tarde, ia pensando nisso tudo e naquilo que a sua vida se tinha tornado. Aquela praia transmitia-lhe uma sensação de liberdade total. Tirar a roupa era como despir todas as máscaras que usava, a do gestor de sucesso, a de marido feliz, a de pai extremoso... Nada se comparava a nadar completamente nú, só ele e o mar.</div>
<br />
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Embrenhado nos seus pensamentos mal reparara naquela mulher de belos cabelos loiros. Primeiro que tudo, chamava a atenção porque parecia completamente deslocada naquela praia e depois parecia estar assustada. Pareceu-lhe que a mulher não se tinha apercebido que tipo de praia era aquela. </div>
<br />
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Depois de um mergulho, sentiu-se completamente revigorado e deitou-se para aproveitar aquele fim de tarde. Infelizmente o sossego foi interrompido pelo irritante som do telemóvel. Enquanto tentava resolver mais um problema, viu que a mulher se levantava. Os seus olhos cruzaram-se. Instintivamente, João escondeu a mão esquerda onde brilhava a aliança. Aquela mulher agradava-lhe e muito. . Ela corara e isso era enternecedor. Os olhos azuis que o fixavam deram-lhe uma sensação de perigo iminente, recordando-lhe a excitação da conquista e da descoberta...</div>stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-35436735939501349882009-09-13T12:50:00.000-07:002011-12-18T15:51:52.281-08:00Encontro na praia(I)<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM1eJWEbuY11NG6Qao58lMjxj_Tcm6v2-4N6DFtUOQmgWAh5R_KhOdv1X6w278pQQXjobSUMyZUsMMmObmwdcE26xpfic21qHg21tA_tu_s1k7lQtFCS3-32ZPswTgYQOcJFlQqLERgVQ6/s1600-h/DSC01213.JPG"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5381043382937971074" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM1eJWEbuY11NG6Qao58lMjxj_Tcm6v2-4N6DFtUOQmgWAh5R_KhOdv1X6w278pQQXjobSUMyZUsMMmObmwdcE26xpfic21qHg21tA_tu_s1k7lQtFCS3-32ZPswTgYQOcJFlQqLERgVQ6/s200/DSC01213.JPG" style="cursor: hand; float: left; height: 150px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 200px;" /></a>Um dia, depois de terminar o seu turno no hospital, Patrícia descobriu aquela praia. O Verão estava, ainda, no ínicio e a praia parecera-lhe sossegada já que havia pouca gente e as pessoas estavam relativamente afastadas umas das outras. A enfermeira andou um pouco e escolheu o sítio ideal para estender a sua toalha e descontrair de um longo dia de trabalho. Finalmente podia descansar e aproveitar para ler um pouco. Ao fim de algum tempo apeteceu-lhe dar uma caminhada à beira-mar. Aquela tarde de Verão estava, realmente, muito agradável e ela adorava a sensação de frescura das ondas a baterem-lhe nas pernas.</div>
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</div>
<div align="justify">
Só nessa altura é que percebeu que aquela praia, que lhe parecera tão pacata, era uma praia diferente. Quando viu a primeira pessoa sem roupa, achou que estava a ver mal. Mais à frente encontrou outra e começou a pensar que era uma estranha coincidência. No entanto, um olhar mais atento ao que a rodeava revelou-lhe o que ela começava a temer, estava numa praia naturista. Olhou para si mesma, com o seu espectacular bikini azul bordado com missangas. </div>
<div align="justify">
- Realmente, nada mais ridículo do que uma pessoa vestida no meio de uma pequena multidão de nudistas. - pensou Patrícia. </div>
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</div>
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Um pouco preocupada por estar ali sozinha, voltou para trás. Deitou-se mais um pouco na toalha com os olhos pregados no livro tentando não olhar para mais ninguém. Sair a correr dali era o que lhe apetecia já que se sentia extremamente desconfortável mas conteve-se. </div>
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O dia aproximava-se do fim e começou a levantar-se uma brisa que arrepiou Patrícia. Era chegado o momento de ir embora. Ao levantar-se para arrumar as suas coisas, reparou num homem que estava a poucos metros de si. Moreno, alto, corpo bem modelado sem gorduras inestéticas e com os músculos bem definidos, enfim era um homem deveras interessante. Os cabelos grisalhos davam-lhe um ar distinto e charmoso. O homem falava animadamente ao telemóvel mas, ao sentir-se observado, levantou os olhos e trocaram um olhar intenso. E sorriu, perturbando Patrícia ainda mais. Ela sentiu calor no rosto e pensou:</div>
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- Idiota, já não tenho idade para corar quando um homem olha para mim.</div>
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Apressadamente saiu dali. A tarde tinha sido tudo menos tranquila... (continua)</div>stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-89617183320193782662009-09-13T00:31:00.000-07:002009-09-13T00:34:56.253-07:00Escrevinhar...<div align="justify">Sempre gostei muito de ler. Os livros eram os meus maiores companheiros na adolescência. Um dos meus sonhos e ambições era ser capaz de escrever histórias que prendessem os leitores como aquelas histórias me prendiam a mim. Ainda fiz umas tentativas. E estou a preparar-me para tentar outra vez...</div>stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-86390211978376431532009-09-10T15:16:00.000-07:002009-09-10T15:36:19.943-07:00Pelas tuas águas...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizu6lgk1NZ-CHVx7Ok_PI2W-b09yughmJ38qgpPVmGaFgIjSXNI0FE49qXtJJFlwGMTTjZ42OraBe6UwkF_ZVi7GA4UCa2B_rYnycYMfKXvp81PQ5vjGmmXVDS34wS1QkNfTQVaGYGTFOv/s1600-h/DSC00426.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5379970126639928338" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 240px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizu6lgk1NZ-CHVx7Ok_PI2W-b09yughmJ38qgpPVmGaFgIjSXNI0FE49qXtJJFlwGMTTjZ42OraBe6UwkF_ZVi7GA4UCa2B_rYnycYMfKXvp81PQ5vjGmmXVDS34wS1QkNfTQVaGYGTFOv/s320/DSC00426.JPG" border="0" /></a><br /><div align="justify">E um dia embarcar num veleiro e partir sem destino. Só tu, eu, o céu e o rio. Alimentarmo-nos de amor, dormir sob as estrelas e vivermos apenas e só para estarmos juntos sem qualquer outra preocupação... Um sonho para um dia cumprir...<br /><br /></div><div></div>stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-57665055157451632972009-09-08T15:31:00.000-07:002009-09-08T15:46:55.091-07:00Nas tuas margens...<div align="justify">Hoje estive, literalmente, nas tuas margens... Eu, as palavras escritas num livro e os acordes da música que ouvia... Olhei em volta e vi as pessoas que por ali andavam, as crianças brincavam no parque, os idosos gastavam por ali as horas a conversar de banalidades e uma jovam mulher almoçava num banco deste jardim que beija as tuas águas. De vez em quando, quando levantava os olhos do livro, via passar um ou outro homem com olhar vazio, distante, como se andassem só por ali sem chegar a lugar nenhum. O silêncio era cortado de vez em quando pela gargalhada de umas adolescentes que aproveitavam a sua liberdade momentânea. Aquele jardim, na tua margem, já foi cenário de tantas cenas diferentes do teatro da vida... jovens que procuram descobrir o que é isso que chamam de amor, crianças que correm e brincam... idosos que choram a solidão, desesperados que procuram, na morte, respostas às suas inquietações e se atiram de braços abertos para as tuas águas. Ali, até eu já chorei... tinha 16/17 anos e um dos meus sonhos tinha acabado de ser destruído. Jardim e rio, diferentes faces de uma mesma moeda, testemunhas silenciosas da vida de tantos e tantas...</div>stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-82908014050106081362009-09-06T15:06:00.000-07:002009-09-07T11:24:55.007-07:00Meu querido diário (I)"Meu querido diário, quando eu sinto algo que me enche o coração, eu escrevo (...) desde há muito que a escrita é o meu desabafo, é nela que brota tudo o que sinto (...) escrevo porque não sou daquelas pessoas que guardam o que sentem e que aos poucos e poucos se consomem (...) espero que não sejam as emoções que vão acabar comigo, quando isto estiver a acontecer, pego numa folha e escrevo, escrevo tudo o que me vem à cabeça"<br /><br /><br /><br />Excerto do meu diário, escrito em Dezembro de 1987stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-46061363184637550542009-09-05T23:02:00.000-07:002009-09-05T23:03:46.907-07:00Raios de sol...No meu caminho diário entre o trabalho, a casa e a casa da praia, o rio Tejo está sempre presente como pano de fundo... Com as suas pontes, os seus mochões (essas pequenas e disputadas ilhas do Tejo) e o seu encontro com o mar. Quando a viagem é mais longa e cansativa, há uma visão mágica que me dá alento para continuar... Depois de uma curva, no fim de uma subida, lá aparecem as águas azuis do Tejo douradas pelos raios de sol da manhã que desponta...stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-70792197961309982532009-08-28T15:01:00.000-07:002009-09-07T11:25:30.580-07:00Banal?<div align="justify">"(...) Numa carta podem ir palavras que a uns parecem banais mas que são plenas de significado para outros:as bonitas palavras de amor na correspondência trocada entre dois apaixonados ou aquelas pequenas e insignificantes notícias que matam saudades de uma mãe que está longe da sua filha. O amor, o ódio, a inveja, a maldade, a bondade ou o carinho são só alguns dos sentimentos que as cartas expressam, desajeitadamente, como sempre acontece quando se tenta traduzir aquilo que sentimos no mais profundo do nosso ser através das poucas letras do nosso alfabeto(...)<br />Com o telefone podemos ouvir uma voz querida e transmitir notícias mais rapidamente ,as diz-se sempre tão pouco...Existem coisas que é mais fácil escrever do que pronunciar, não é verdade?"</div><div align="justify">S, 16 anos, Estudante</div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify">Texto publicado pelo antigo suplemento DN Jovem em 16 de Abril de 1991, num tempo "longinquo" em que as jovens de 16 anos ainda sabiam o que era escrever cartas. Guardo, religiosamente, as folhas amareladas onde este texto foi publicado. Os responsáveis pelo DN Jovem comentaram assim: "A carta apaixonada era um bom exemplo do que afirmas no segundo texto «palavras que a uns parecem banais, mas que são plenas de significado para outros» (e vice versa, não é?). Os lugares comuns retiravam-lhe a frescura, mas a quantidade de ideias que conseguiste reunir é importante atendendo à idade. Não dava para publicar mas é saudável escrever assim"</div>stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-54899314936901850052009-08-25T14:35:00.000-07:002009-08-25T14:43:44.809-07:00Ser PoetaSer poeta é ser mais alto, é ser maior<br />Do que os homens! Morder como quem beija!<br />É ser mendigo e dar como quem seja<br />Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!<br /><br />É ter de mil desejos o esplendor<br />E não saber sequer que se deseja!<br />É ter cá dentro um astro que flameja,<br />É ter garras e asas de condor!<br /><br />É ter fome, é ter sede de Infinito!<br />Por elmo, as manhas de oiro e de cetim...<br />É condensar o mundo num só grito!<br /><br />E é amar-te, assim, perdidamente...<br />É seres alma, e sangue, e vida em mim<br />E dize-lo cantando a toda a gente!<br /><br />Florbela Espanca<br /><br /><br />Se eu fosse poeta, gostava de sentir e escrever assim...stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1985967745728385474.post-47045274218599832182009-08-23T14:18:00.000-07:002009-08-23T14:30:22.765-07:00Fonte de vida, inspiração...A água é fonte de vida, sacia-nos a sede, enche-nos o olhar quando contemplamos o mar.<br /><br />Na água podemos ver o reflexo de muitos sentimentos humanos... a raiva do mar revolto, a calma de um lago, a alegria quando uma ribeira saltita pelas pedrinhas...<br /><br />Para mim, a frescura da água traz-me à memória os sonhos da adolescência...stilettohttp://www.blogger.com/profile/05211021650779732172noreply@blogger.com0